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Paulo-FontesIncentivador do prêmio Madeiras Alternativas do Salão Design, o Laboratório de Produtos Florestais (LPF) acaba de completar 40 anos. Conversamos com o Engenheiro Florestal Paulo José Prudente de Fontes, chefe do LPF, para conhecer melhor o trabalho desenvolvido em prol da sustentabilidade. Confira a entrevista exclusiva!

1) Nesses 40 anos, é possível perceber a preocupação das pessoas com o meio ambiente? Isso aumentou nos últimos anos?

Sem dúvida! Esse é um fenômeno mundial e aconteceu também no Brasil. Em geral, o mundo globalizado tem se voltado ao uso sustentável dos recursos naturais. As florestas são indispensáveis para o bem-estar e a sustentabilidade do planeta. Mas os benefícios dos recursos florestais vão além da proteção das espécies, dos solos e da biodiversidade. A madeira tropical é também uma significativa fonte de renda e emprego na região Amazônica e em toda a cadeia produtiva.

2) De que forma o laboratório atua na sociedade?

O Laboratório foi criado em 1973, para estudar madeiras da Amazônia. Ao mesmo tempo, iniciavam os primeiros estudos e experimentos sobre manejo sustentável na Floresta Nacional do Tapajós, em Santarém, no Estado do Pará, ainda no antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Nessas quatro décadas de trabalhos de pesquisa com madeiras e produtos derivados, o LPF traz como seus principais marcos a caracterização tecnológica de cerca de 300 espécies florestais, a implantação e atualização do banco de dados de madeiras do Brasil, o apoio tecnológico à indústria de produtos florestais e o apoio e subsídios ao Serviço Florestal. No campo do ensino e da pesquisa acadêmica, o LPF representa uma base consolidada para apoiar a formação e a capacitação técnico-científica de alunos de graduação e pós-graduação de instituições do país e do exterior.

3) Quais as iniciativas criadas para impulsionar práticas sustentáveis?

Todo nosso trabalho é voltado à sustentabilidade. Assim, tudo é pensado para resolver um problema ou implementar uma técnica mais adequada para o uso dos recursos florestais e ambientais. Esse esforço se traduz na transferência de tecnologia gerada pelo LPF aos diferentes segmentos econômicos, sociais e do governo, buscando a conquista de um padrão de consumo consciente e responsável.

4) Há algum programa desenvolvido junto às empresas moveleiras?

Desde 1982, o Laboratório trabalha na promoção de novas madeiras para a fabricação de móveis e objetos decorativos com diversos parceiros, como o prêmio Madeiras Alternativas do Salão Design.

5) Cada vez mais, as empresas moveleiras estão investindo em matérias-primas sustentáveis. Na tua opinião, o design contemporâneo está realmente voltado à sustentabilidade? Qual a importância dessa atitude?

A partir de 1984, o LPF passou a adotar o design como estratégia para a promoção de novas madeiras, visando a fabricação de móveis e objetos. A Amazônia precisava de um novo olhar. Era preciso valorizar a diversidade de madeiras contida na floresta e trazê-la para o mercado. Isto era importante não só para a valorização da matéria-prima, mas também para a viabilidade técnica e econômica dos planos de manejo sustentável. O LPF sempre acreditou que quem poderia trazer esse novo olhar e uma mudança na forma de trabalhar eram os designers, não só pela competência, mas pelo compromisso com as questões ambientais.

6) Quais as espécies de madeira mais utilizadas neste caso? Por quê?

Como material de trabalho, a madeira é matéria-prima por excelência, versátil, renovável, rica em cores, tons, texturas, desenhos, etc. É difícil dizer se esta ou aquela espécie serve para isso ou para aquilo. No máximo, podemos indicar usos. Portanto, a utilização, do ponto de vista da criatividade, arte e inspiração, fica por conta do artista. Aí, podem ser os roxinhos, as tatajubas, as muirapirangas, os paus-amarelos, as macacaúbas, os louros, os jatobás, as faieiras, etc. Do ponto de vista da sustentabilidade e uso responsável pelas empresas moveleiras, está o compromisso com a origem legal e sustentável da espécie utilizada.


Por:

Imprensa Sindmóveis

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