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Criado em 1988 pelo Sindicato das Indústrias de Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), o Prêmio Salão Design soma mais de 15 mil projetos inscritos por estudantes e profissionais que ajudam a contar a história dos móveis através de diferentes gerações – refletindo não apenas tendências e comportamentos como também fomentando ideias e soluções para a indústria.

Nesses quase 35 anos, a premiação marcou a trajetória de diversos atores do setor. Um deles é o designer José Ferro (gerente de Desenvolvimentos de Produtos do Grupo Unicasa), que iniciou sua relação com o Prêmio Salão Design em 2005, quando ainda cursava Design de Produto na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Em 2007, já formado, recebeu menção honrosa pelo Sistema de Armários Evviva, na modalidade Indústria, assinado em parceria com Gustavo Bertolini, Diogo F. Pinheiro e Janir de Bona para a empresa Bertolini. Treze anos depois, assumiu o cargo de diretor do Prêmio Salão Design 2020 – repetindo a missão em 2022.

Confira a seguir a entrevista em que José Ferro conta sua história com a principal premiação brasileira do design de mobiliário.

Você já concorreu ao Prêmio como estudante e profissional. Como foram essas experiências?
Conheci o Prêmio Salão Design por volta de 1992, enquanto estava no curso de Técnico em Desenho Industrial da Escola Técnica Federal de Pelotas. Naquela época, a Movelsul já era uma feira referência para quem se interessava por móveis e o Prêmio Salão Design sempre teve um impacto muito forte no sentido de criar oportunidades e visibilidade para os estudantes, aproximando a academia e a indústria através do design de mobiliário. Alguns anos depois tive minha primeira participação como estudante, concorrendo durante a graduação em Design de Produto.

O segundo contato foi em 2007 como participante da categoria profissional. Trabalhava em uma indústria e, em equipe, inscrevemos um sistema de modulação que naquele ano ganhou menção honrosa. Foi uma experiência muito gratificante, porque o Prêmio sempre cumpriu o importante papel de divulgar conceitos e inovações – além de valorizar o trabalho dos designers.

E como diretor, como foi estar nos bastidores?
Quando houve o convite, aceitei de imediato por entender que seria uma grande oportunidade não apenas para conhecer os bastidores e a visão dos jurados como também fazer parte da história de uma premiação tão relevante à carreira de novos talentos e profissionais experientes. Foi uma honra integrar a equipe do Prêmio Salão Design nessas duas últimas edições.

Na sua opinião, qual o impacto da premiação na carreira dos designers?
O principal diferencial do Prêmio Salão Design é estreitar a relação entre estudantes e profissionais com o universo da indústria moveleira, fomentando técnicas e formas viáveis para serem aplicadas em escala, ou seja, cria uma grande vitrine para soluções inovadoras. Os resultados das edições são sempre muito aguardados pela própria cadeia moveleira, já que o Prêmio gera oportunidades de parcerias vantajosas tanto às empresas quanto aos premiados.

Por que estudantes e profissionais deveriam participar da próxima edição?
Não é por acaso que o Prêmio Salão Design está completando 35 anos e chega à sua 25ª edição. Tradição, credibilidade e inovação são atributos fortes na história da principal premiação brasileira do design de mobiliário. Por isso, é uma experiência que com certeza agrega muito ao portfólio dos profissionais.

Importante destacar que o processo de avaliação é bastante criterioso, contando com o olhar de especialistas tanto na fase técnico-funcional quanto na estética-criativa. Tudo às cegas, ou seja, sem saber quem assina os projetos. Esse é um dos cuidados para que não haja nenhum tipo de privilégio durante as avaliações. Os jurados analisam as peças de acordo com os critérios estabelecidos no manual.

Para os estudantes, participar do Prêmio Salão Design é uma oportunidade ímpar de inserção no segmento, possibilitando experiências, contatos e parcerias. Para os profissionais, não apenas se reforça o nome no mercado como também se abrem portas na carreira. Independentemente da categoria (estudante ou profissional), é certo que a premiação serve como validação de talentos.

Na sua visão, quais os desafios para o futuro do design de mobiliário?
Entender a nova relação das pessoas com os produtos e com o morar, que se mostram cada vez mais flexíveis e amigáveis. Não é uma novidade que os novos projetos devem conversar com o perfil dos consumidores, mais criteriosos e seletos em suas escolhas. Movimento esse que ganhou mais força nos últimos anos, trazendo um olhar mais cuidadoso e acolhedor ao espaço da casa.

Ao mesmo tempo em que é um desafio, é uma grande oportunidade, porque é necessário pensar os móveis com uma relação mais ampla, ou seja, tão importante quanto a questão da qualidade, é preciso estar atento às emoções que os produtos podem despertar nos usuários. O design de modo geral tem esse poder de trabalhar além do material – e no setor moveleiro não é diferente.


Por:

Imprensa Sindmóveis

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