Em sua terceira edição como integrante da comissão julgadora do Salão Design, a arquiteta Ilse Lang, fundadora da Faro Design, de Porto Alegre, espera ser surpreendida pelo nível dos projetos inscritos. A originalidade da ideia e a solução construtiva são as duas qualidades que mais impressionam a jurada, mas ela defende também a adequação do uso de materiais e a solução formal apresentada. “Um bom acabamento também impressiona, mas eu abstraio um pouco esse aspecto e me concentro mais no design em si”, indica. Ilse Lang possui em seu currículo participação em inúmeras exposições nacionais e internacionais de design, além de ter sido contemplada nos prêmios Salão Design Casa Brasil e Movelsul Brasil, If Design, Idea Brazil e prêmio Arc Design. Essa experiência em diversos eventos confere a ela um olhar mais amplo sobre o Salão Design: “O Salão, por ter nascido dentro de uma feira e estar ligado ao sindicato da indústria moveleira, traz no seu DNA essa ponte com a indústria já construída. Tem a credibilidade de conhecer profundamente o setor em suas limitações e potencialidades”, destaca. Para a jurada, evolução do design brasileiro nos últimos anos é notável e se deve muito à percepção da indústria da necessidade desse investimento. Ilse destaca que, atualmente, existe muito mais consciência por parte dos fabricantes de que o caminho da cópia não é vantajoso, pois isso a China faz melhor e mais barato. “Além disso, os consumidores se importam cada vez mais com a origem dos produtos e o sucesso de designers brasileiros no exterior parece reforçar a autoestima brasileira, criando uma onda muito positiva de valorização do design nacional”, pontua. Embora o trabalho dos designers brasileiros não possa se equiparar ao mercado italiano, por exemplo, onde há um polo de produção concentrando talentos de todo o mundo, Ilse Lang nivelaria o Brasil nos patamares do design holandês. “Na Holanda, o polo de design carrega uma forte identidade nacional, comparável ao que estamos criando no Brasil”, conclui.
